Olá, obrigado por sua visita, vou começar hoje a postar uma série sobre evidências do Êxodo do povo hebreu do Egito à Terra Prometida. Toda quinta-feira estarei postando um novo capítulo(?) da série. Garanto que irá gostar.
A arqueologia tem sido a maior amiga dos historiadores e estudiosos bíblicos na procura de locais e objetos que possam evidenciar o trajeto dos hebreus. Já são muitas as evidências encontradas no Egito e na Arábia Saudita.
No último século arqueólogos redescobriram evidências sobre a escravidão dos hebreus, as pragas e a fuga do Egito.
A pintura abaixo é uma entre outras encontradas nas paredes da tumba de um comandante chamado Khnumhotep II (século XIX A.C.) onde estão registradas a entrada de um grupo de cerca de 37 palestinos (de barbas) trazendo suas mulheres, crianças, arcos, flechas, lanças, harpas, jumentos e cabras caracterizando que não se tratava de uma invasão, por causa da submissão aos egípcios (mulatos).
A figura n° 115 (imagem abaixo) da publicação The Ancient Near East in Pictures (Pritchard) mostra inscrições no Egito sobre o trabalho escravo (século XV A.C.) na fabricação de tijolos e na construção (Êxodo 1.11-14). Alguns textos egípcios mencionam cotas de tijolo e uma falta de palha, como em Êxodo 5.6-19.
Há sinais das pragas nas ruínas da antiga cidade de Avaris e no chamado "papiro de Ipuwer" encontrado no Egito no início do último século, levado para o Museu Arqueológico Nacional em Leiden na Holanda sendo decifrado por A.H. Gardiner em 1909. O papiro completo está no Livro das Advertências de um egípcio chamado Ipuwer. Este descreve motins violentos no Egito, fome, seca, fuga de escravos com as riquezas dos egípcios e morte ao longo da sua terra. Pela descrição ele foi testemunha de pragas como as do Êxodo. A tabela abaixo compara os relatos de Ipuwer e Moisés:
Papiro de Ipuwer
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Êxodo de Moisés
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2.5-6 A praga está por toda região. Sangue em toda parte.2.3 Certamente, o Nilo inunda mas não querem arar para ele. 2.7 Certamente, foram enterrados muitos mortos no rio; a corrente está como uma tumba. 2.10 Certamente, o rio está ensangüentado, e quando se vai beber dele, passam longe as pessoas e desejando água. 3.10-13 Essa é a nossa água! Essa é a nossa felicidade! O que faremos a respeito? Tudo são ruínas. | 7.20 …e todas as águas do rio se tornaram em sangue.7.21 ...os peixes que estavam no rio morreram, e o rio cheirou mal, e os egípcios não podiam beber da água do rio; e houve sangue por toda a terra do Egito. 7.24 ...os egípcios cavaram poços junto ao rio, para beberem água; porquanto não podiam beber da água do rio. |
5.6 Certamente, as palavras mágicas foram descobertas (nas câmaras sagradas), os encantos e os encantamentos eram ineficazes porque são repetidos pelas pessoas. | 8.18-19 Também os magos fizeram assim com os seus encantamentos para produzirem piolhos, mas não puderam... |
2.10 Certamente, portões, colunas e paredes são consumidos pelo fogo.10.3-6 A casa real inteira está sem os seus servos. Ela tinha a cevada e o trigo, os pássaros e os peixes; tiveram roupas brancas e linho bom, cobre e azeites; 1.4 ...os habitantes dos pântanos possuem proteções; 6.1-3 A pessoa se alimenta da erva arrastada pela água... Para as aves não se encontra grão nem erva... acevada pereceu em todas as estradas. 5.13 Certamente o que podia ser visto ontem, desapareceu. A terra está abandonada por causa daesterilidade e igualmente o corte de linho. | 9.23-24 ...e fogo desceu à terra ... havia saraiva e fogo misturado...9.25-26 ...a saraiva feriu, em toda a terra do Egito, tudo quanto havia no campo, tanto homens comoanimais; feriu também toda erva do campo, e quebrou todas as árvores do campo. Somente na terra de Gosen [pântanos do Delta do Nilo] onde se achavam os filhos de Israel, não houve saraiva. 9.31-32 ...o linho e a cevada foram danificados, porque a cevada já estava na espiga, e o linho em flor; mas não foram danificados o trigo e o centeio, porque não estavam crescidos. 10.15 ...nada verde ficou, nem de árvore nem de erva do campo, por toda a terra do Egito. |
5.5 Certamente, todos os rebanhos de cabras têm os corações chorando; os gados reclamam por causa do estado da terra....9.2-3 ... e da mesma maneira os rebanhos vagaram sem pastores ... os rebanhos vão desnorteados e nenhum homem pôde reuni-los. Cada um tenta trazer os que foram marcados com o seu nome. | 9.3 ...eis que a mão do Senhor será sobre teu gado, que está no campo. sobre os cavalos, sobre osjumentos, sobre os camelos, sobre os bois e sobre as ovelhas; haverá uma pestilência muito grave.9.19 ...manda recolher o teu gado e tudo o que tens no campo; porque sobre todo homem e animal que se acharem no campo, e não se recolherem à casa, cairá a saraiva, e morrerão. 9.21 ...mas aquele que não se importava com a palavra do Senhor, deixou os seus servos e o seu gado no campo. |
9.11 ... não amanheceu... | 10.22 ... e houve trevas espessas em toda a terra do Egito por três dias. |
4.3 (5.6) Certamente, os filhos dos grandes são lançados contra a parede.6.12 Certamente, as crianças dos grandes foram abandonadas nas ruas; 2.13 Certamente, as pessoas reduziram e quem põe seu irmão na terra encontra-se em todo lugar. 3.14 É um gemido que há pela terra, misturado com lamentações. | 12.29 ...feriu todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se assentava em seu trono, até o primogênito do cativo que estava no cárcere, e todos os primogênitos dos animais.12.30 ...e fez-se grande clamor no Egito, porque não havia casa em que não houvesse um morto. |
7.1 Veja, certamente o fogo ascendeu às alturas e o seu queimar sai contra os inimigos da terra. | 13.21 ... e de noite numa coluna de fogo para os alumiar, a fim de que caminhassem de dia e de noite. |
3.2 Certamente, ouro, lápis azul, prata, turqueza, cornalina e bronze... é colocado no pescoço das escravas... | 12.35-36 ...e pediram aos egípcios jóias de prata, e jóias de ouro, e vestidos.....de modo que estes lhe davam o que pedia; e despojaram aos egípcios. |
7.2 Veja, quem havia sido enterrado como um falcão está em um caixão de madeira; aquilo oculto napirâmide estava vazio. | Assim morreu José, tendo cento e dez anos de idade; e o embalsamaram e o puseram num caixão no Egito. (Gênesis 50.26)13.19 Moisés levou consigo os ossos de José... |
Outra evidência da passagem dos hebreus pelo Egito foi a descoberta do Vale das Inscrições (Wadi Mukattab) na Península do Sinai.
Uma das inscrições feitas por hebreus descreve com detalhes a fuga pelo Mar Vermelho. As inscrições foram feitas em hebraico antigo em pedras e arqueólogos e pesquisadores ainda não sabem dizer quem são seus autores. Há também hieróglifos egípcios a respeito das minas de turquesa da região de Serabit El Khadim, inscrições de mineiros Canaãnitas e Nabateanos, em grego, latim e árabe ao longo do vale.
A mais recente descoberta sobre a passagem dos hebreus no Egito foi apresentada em 2003 quando 2 arqueólogos israelitas concluíram estudos dos anos 30 na parte ocidental do Nilo onde a Universidade do Instituto Oriental de Chicago estava fazendo escavações em Medinet Habu, área do sul da necrópole de Tebas. Arqueólogos descobriram evidências de algumas cabanas semelhantes às casas de 4 quartos predominantes na Palestina durante toda a Idade do Ferro (1200-586 A.C.).
Flavio Josefo, historiador judeu do 1° século D.C., em sua obra Josefo Contra Apion - I, 26, 27, 32 menciona dois sacerdotes egípcios: Maneto e Queremon que em suas histórias sobre o Egito nomearam José e Moisés como líderes dos hebreus. Também confirmaram que migraram para a "Síria sulista", nome egípcio da Palestina.
Diodoro Siculo, historiador grego da Sicília (aproximadamente 80 a 15A.C.) escreveu que "antigamente ocorreu uma grande pestilência no Egito, e muitos designaram a causa disto a Deus que estava ofendido com eles porque havia muitos estranhos na terra, por quem foram empregados rito estrangeiros e cerimônias de adoração ao seu Deus. Os egípcios concluíram então, que a menos que todos os estranhos se retirassem do país, nunca se livrariam das misérias".
Herodoto, historiador grego intitulado o Pai da História, escreveu o livro "Polymnia". Na seção c.89 escreve: "Essas pessoas (hebreus), por conta própria, habitaram as costas do Mar Vermelho, mas migraram para as partes marítimas da Síria, tudo que é distrito, até onde o Egito, é denominado Palestina". São localizadas as costas do Mar Vermelho, em parte, hoje o Egito, enquanto são localizadas as partes marítimas da Síria antiga, em parte, o atual Estado de Israel.
A Rota
O caminho para a terra dos filisteus (faixa de Gaza) era o mais curto mas para não haver confrontos a ordem foi seguir pelo caminho do deserto próximo do Mar Vermelho (Êxodo 13.17). Mesmo assim, até hoje a verdadeira rota do Êxodo é discutida e as 3 principais teorias são:
Teoria Tradicional - Normalmente aceita por católicos, judeus e evangélicos. Com algumas variações com relação ao lugar exato da travessia do Mar Vermelho, defende que os hebreus teriam contornado a península do Sinai, sem sair do Egito.
Localizado no Egito por indicação do Imperador Justiniano, o tradicional Monte Sinai vem sendo usado como ponto turístico. As Bíblias atuais mostram mapas indicando lugares por onde poderia ter passado o povo Hebreu mas sem nenhuma comprovação ou evidência arqueológica. A sua localização é longe de Midiã, região noroeste da Arábia Saudita.
Teoria de Ronald Eldon Wyatt - Já aceita por muitos atualmente pela sua quantidade de evidências. Acredita que até o Mar Vermelho os hebreus caminharam pelo tradicional "Caminho dos Reis" atravessando o Golfo de Ácaba.
Anestesista, arqueólogo amador americano e adventista. Foi o pesquisador mais contestado, criticado e até perseguido principalmente por não ser formado em arqueologia. Contudo, o único que realmente conseguiu reunir o maior número de evidências. Em 1984 fotografou (cerca de 400 fotos) e filmou (12 horas de gravação) a região árabe mas foi preso por 78 dias tendo o material apreendido pelas autoridades locais (suspeitavam ser um espião judeu) pois não queriam que suas descobertas fossem divulgadas. Após 8 anos de oração conseguiu reaver todo o material enviado pelos próprios árabes! Naquele momento estava hospedado num hotel na praia de Nuweiba, Egito. Morreu em Agosto de 1999.
Teoria de Emanuel Anaty - A mais recente, a mais rejeitada e a menos conhecida. Acredita que os hebreus teriam seguido o caminho para a Palestina.
Arqueólogo italiano que descobriu no deserto do Neguebe o Monte Carcom, que em hebraico significa "Monte de Deus". Sua localização é longe de Midiã. Pode ter sido um dos acampamentos hebraicos durante os 40 anos de peregrinação mas sem provas suficientes para afirmar. Situa-se entre Edom e o Egito, caminho para o Delta do Nilo utilizado por muitos quando havia fome na atual região Jordaniana.
As fontes eu citarei quando postar a última parte, senão você não volta para conferir. ;)
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