19 de set. de 2011

Proveitos da consternação e da aflição

Habituo dizer aos quatro ventos que em todos os eventos ocorridos em nossa trajetória terrena, há um prisma bom e igualmente, uma componente ruim.
Acontecimentos bons, melhores ainda, dissabores sociais perversos ou terríveis, fazem parte do cotidiano de qualquer mortal. Concernente ao sentido bom dos eventos, malgrado sua essência agradável, evidencia-se, prontamente, sua aceitação e acedência por todos nós.
Cá, a inclinação em analisar, de igual forma, algum encanto em acontecimentos desagradáveis, esta ao alcance de poucos e, confesso ser tarefa árdua e assaz difícil.
Nessa esteira, é que me debruço com olhar cauto e por demais reflexivo sobre as admoestações do sábio Salomão achadas na obra de Eclesiastes. Indene em suas alocuções acerca das vantagens do sofrimento, onde enumera um rol eminentemente exemplificativo com determinadas circunstâncias passiveis de vivencia por nós, o assisado rei traz um comparativo entre estados e/ou situações terríveis e seus avessos e afirma que as primeiras são mais perfeitas que as ultimas.
O que a priori parece desmentir um conselho pretérito, contido no próprio libelo, vez que o azado Salomão afirma que devemos nos fartar, encontrar satisfação e desfrutar de nossas obras. Agora, demonstra proficuidades em meio à agonia e o sofrimento.
Tu, que como eu, procura em vão atalhar a amargura e a agonia a todo tempo e custo, certamente tem muito a aprender com o sapiente Salomão.
Acredito que o mais perfeito entendimento alcança-se através da compreensão. E, assim sendo, abarcar determinado tema/assunto, de modo didático e acessível, esta condicionado a um estudo prévio de sua história ao longo dos anos e desde seus primórdios.
Por obvio, não faremos aqui um estudo acerca de todas as vantagens dos maus momentos. Amiúde, valemo-nos de concisas e ingênuas expressões e, contentamo-nos, pois, em uma mera reflexão.
Nisto, aventemos que a adversidade nos remonta à precária e inconstante estabilidade da vida. E, que no escasso tempo remanescente, devemos enraizar nossa opulência de caráter e viver com discrição.
No mais, os escritos sagrados, demonstram que as culturas religiosas cristãs e judaicas ao lado das religiões ocidentais, encontram muitos acrescentamentos que edificam no sofrimento e na tristeza. E, afirma-se, que aprendemos mais de Deus nos períodos de dificuldade que nos de prosperidade.
Sobre o mote em debate, trazendo a baila a psicologia e a filosofia, a Professora Doutora Marcia Tiburi enrica nossa ponderação ao tratar da necessidade de aceitarmos a tristeza enquanto sentimento. Simples assim, trata-se de pura aquiescência.
Ademais, não há que se falar em melhor oportunidade para encarar tais momentos como sendo grandes oportunidades para conhecer-se a si e aprender mais a respeito do Todo Poderoso. Porém, sofrer não significa, tão somente, o julgamento de Deus pelo pecado.
Masoquismo não é a terminologia mais acertada. Quiçá desvirtuada. Ao passo que, não articulamos da pessoa que gosta de prejudicar-se a si próprio com dor, vergonha ou aventura que não traz nenhum retorno proveitoso. Mas, controvertemos, dos períodos de penúria, que invariavelmente são corriqueiros a nós todos.
Agora, inúmeros são os ensejos do sofrer humano. Dentre eles o pecado apresenta-se como fator primordial. Conhecer o motivo do sofrimento pode nos auxiliar a evitar a causa. É formidável saber as causas malsucedidas. Mas, mais admirável ainda, é saber como atuar durante o momento da amargura.
Sofrer passa a ser proveitoso a partir do instante que nos voltamos a Deus e reconhecemos que precisamos Dele para compreender o momento árduo existido. Para ter entusiasmo de seguir a diante e, reconhecer que Sua misericórdia é indispensável em nossas vidas. Adorar a Deus exclusivamente na felicidade é tortuoso. Essa última é uma perspectiva avarenta de satanás.
Existem situações nas quais só paramos para refletir em momentos de dor. As perguntas começam a surgir e refletimos sobre coisas que não dávamos a pequeníssima importância outrora.
Assim, muitas são as conjecturas advindas de momentos ruins. Resta refletir e ponderar sobre o que e como, tais circunstancias existidas podem complementar e alicerçar nossas vidas. E, lembre-se sempre, as coisas, ocasiões e pessoas, raramente acontecem no momento exato e na velocidade em que esperamos.
A angústia faz-nos acreditar em Deus por quem Ele é, não pelo que Ele faz.
Que Deus continue abençoando nossas vidas!

Texto escrito pelo colaborador e amigo meu Eldno Pereira. Quer ler outros textos escrito por ele? Clique aqui e aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Variados

2leep.com

Você poderá gostar também >>

Related Posts with Thumbnails